A discussão sobre a inclusão de todos os indivíduos nas diversas esferas sociais impulsionou o discurso e a defesa da educação para todos, além do reconhecimento das especificidades que devem ser garantidas nas práticas educativas. Nesse contexto, a Educação Especial é compreendida como um campo de estudo, pesquisa e ensino que busca assegurar a equidade no ensino para todos os alunos que são considerados público-alvo da Educação Especial. Ao buscar práticas de ensino que sejam tanto singulares quanto plurais, a Educação Especial se alinha a pautas que consolidam ações afirmativas sociais, abordando a diversidade e os direitos humanos, e respeitando as singularidades de cada indivíduo.
Quando tratamos de uma gestão o foco central deve ser o cuidado com o ser humano, o planejamento e a definição de metas que sejam traçadas de forma a atingir os objetivos esperados pelo grupo e junto com ele, sempre valorizando cada indivíduo como sujeito ativo no processo. Uma gestão de qualidade se baseia na aplicação de princípios que assegurem o uso eficiente e eficaz dos recursos físicos, humanos, financeiros e informacionais para alcançar os objetivos desejados. Assim, o gestor deve estar comprometido com sua equipe e, principalmente, com os processos humanos. A atenção e o interesse pelo coletivo são os elementos que diferenciam uma gestão verdadeiramente de qualidade.
No Brasil, diversas legislações garantem o direito das pessoas com deficiência, transtorno do espectro do autismo e altas habilidades/superdotação nos espaços comuns da escola pública, mas a efetivação deste direito tem enfrentado diversos desafios que passam pela imprescindibilidade da formação de gestores para atuarem no contexto inclusivo. O gestor escolar tem papel fundamental na construção de um ambiente escolar que favoreça o aprendizado dos conteúdos escolares de todos os estudantes, inclusive os atendidos pela modalidade da Educação Especial.
Nesta direção, é fundamental que possuam uma formação de qualidade e continuada que os preparem para planejar, executar e acompanhar ações educativas no contexto escolar. A ausência de formação específica em Educação Especial, pode acarretar práticas excludentes que não respondam positivamente aos direitos desta parcela da população. Assim, a presente proposta, vai na direção de promover uma cultura em que a diversidade seja reconhecida e valorizada, onde todos os estudantes tenham a possibilidade de desenvolver ao máximo seu potencial e se apropriarem dos conteúdos escolares. Além disso, a presente formação continuada tem o intuito de oferecer uma oportunidade de construção e de fortalecimento de uma rede de apoio entre os gestores educacionais da educação básica da rede pública de ensino. Tem-se a intenção, assim, com a presente proposta de contribuir com a formação dos gestores e impactar diretamente na qualidade do ensino oferecido para os estudantes com deficiência, transtorno do espectro do autismo e altas habilidades/superdotação, nas escolas públicas brasileiras.